quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Kaidohmaru (OVA)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 01/04/2009.

Alternativos: Kai Doh Maru
Ano: 2001
Diretor: Kanji Wakabayashi
Estúdio: Production I.G.
País: Japão
Episódios: 1
Duração: 45 min
Gênero: Histórico / Drama / Violência


Aproveitando a comoção causada pela excelência visual do anime "Blood: The Last Vampire", lançado em 2000, a Production I.G. colocou no mercado no ano seguinte outra obra visualmente impactante. "Kaidohmaru" usa a mesma técnica híbrida de 2D e 3D utilizada em "Blood", mas seu estilo visual e narrativo da obra não poderia ser mais diferente. Falar de mistura de 2D e 3D como algo revolucionário numa época em que os videogames se aproximam cada vez mais do fotorrealismo pode parecer exagero. Mas na época de seu lançamento, tanto "Blood" quanto "Kaidohmaru" foram consideradas obras inovadoras em relação à técnica utilizada e aos aspectos visuais. Uma pena que, pelo menos no caso de "Kaidohmaru", o conteúdo da obra ficou longe desta mesma excelência.

Kintoki, também conhecida como Kaidohmaru, é uma jovem garota criada como um menino na época do Japão feudal. Após ter os pais executados por seu próprio tio, Kintoki é acolhida e treinada como soldado por Raikoo-dono durante anos, e desenvolve uma personalidade feroz e indócil. Ela se torna um dos 4 Cavaleiros que guardam a cidade de Kyo. Kintoki, ou Kaidohmaru, sente um amor cada vez maior por Raikoo-dono, situação complicada pelo fato de todos acharem que ela é um homem, e não uma mulher. E a situação torna-se mais complicada com o surgimento da Princesa de Ooni, líder dos "Shuutendooji", um povo rebelde cujos membros se assemelham a demônios e causam doenças estranhas e mortes por onde passam, além de seqüestrarem crianças para serem usadas em sacrifícios. Por algum motivo, a Princesa de Ooni tem uma ligação muito forte com Kintoki, o que adiciona um estranho componente humano em meio à sangrenta batalha entre o Governo Feudal e os "Shuutendooji".


Quem conhece a Production I.G. sabe que eles não decepcionam nos aspectos técnicos, e a qualidade da animação de Kaidohmaru é um primor, mesmo sendo uma obra produzida quase 10 anos antes desta resenha ser escrita. O fato dos personagens terem feições orientais torna mais autêntica a representação do Japão feudal, ao mesmo tempo em que as cores em tons pastéis dão uma atmosfera onírica ao ambiente. Por se tratar de um anime muito violento, é interessante ver o contraste da vermelhidão do sangue que jorra na tela com o colorido suave dos personagens e dos cenários de fundo.

Uma pena que uma obra visualmente impecável tenha uma história muito fraquinha e contada numa narrativa fragmentada e acelerada que não ajuda em nada. Os fatos acontecem muito rapidamente, deixando todo o enredo cada vez mais confuso e sem nexo, algo agravado pela profusão de nomes de personagens e clãs que aparecem o tempo todo.



A impressão é que "Kaidohmaru" foi um projeto pretensioso desde o início, cujo enredo fraco e confuso serve apenas como desculpa para a criação de um anime de visual estonteante e com sangue jorrando em profusão. No fundo, é só uma história de amor confusa num mundo confuso de magia e fantasia, cujo enredo confuso descamba num final podre... e confuso.


Marcelo Reis


 

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