Ano: 2002
Diretor: Shukou Murase
Estúdio: Sunrise
País: Japão
Episódios: 26
Duração: 24 min
Gênero: Aventura / Drama / Mistério
Fruto de mais uma associação entre Sunrise e Bandai Visual, Witch Hunter Robin foi uma das séries mais cultuadas em 2002, ano em que foi produzida e exibida na TV japonesa. Além de possuir um estilo visual único, bem mais realista que a maioria das séries de TV, Witch Hunter Robin conta com uma trama muito interessante, no estilo das intrincadas histórias escritas por Tom Clancy, mas com toques mágicos e elementos paranormais.
STN-J é o nome de uma organização encarregada de caçar e capturar os bruxos ("Witches") que vivem misturados aos humanos, dentro do Japão. Crimes inexplicáveis, que desafiam a lógica, são normalmente associados aos Witches. Buscando interromper a ação dos Witches, entram em ação os "Hunters", membros da STN-J com habilidades físicas muito especiais. Para evitar a morte imediata nos confrontos com os Witches, os Hunters utilizam uma droga chamada Orbo, que anula os efeitos dos ataques mágicos e enfraquece os bruxos. Vale lembrar que as atividades da STN-J ocorrem debaixo dos panos, para não despertar o pânico na população.
É neste cenário que surge Sena Robin, uma bela garota de 15 anos que usa um vestidão preto e desusado. Robin também é uma "Hunter", e possui uma característica que a distingue dos demais membros da STN-J: ela é uma "craft-user"... em outras palavras, tem a capacidade de utilizar técnicas antigas de combate e magia. Isto faz com ela sofra uma certa discriminação por parte dos colegas de trabalho, que não entendem como pode existir uma "Hunter" com habilidades tão semelhantes às dos "Witches".
A STN-J é subordinada a um Quartel-General (Solomon HQ), e existe uma certa dissonância na linha de pensamento de ambas. Enquanto a STN-J procura capturar os Witches e mantê-los vivos, o HQ preconiza a sua execução sumária. A razão por trás destas diferenças vai sendo revelada aos poucos, assim como as respostas para várias perguntas: o que é o Orbo, afinal? O que é a Factory, local mencionado com um certo medo pelos "Hunters"? Seriam os "Witches" realmente maus? E quem é, afinal, Sena Robin? Apenas um ser humano com poderes especiais, ou uma bruxa fugindo de sua verdadeira condição?
A primeira coisa que chama a atenção em Witch Hunter Robin é o incrível visual criado pelos artistas da Sunrise. Ambientes sombrios, excelente uso de luz e sombras, computação gráfica usada com inteligência, animação fluida e um desenho de personagens fantástico... tudo contribui para tornar Witch Hunter Robin uma série extremamente agradável aos olhos. Nem mesmo os pequenos escorregões em alguns episódios, nos quais a qualidade da animação despenca, prejudica a impressão positiva causada por Witch Hunter Robin.
Na parte sonora, Witch Hunter Robin também faz bonito. As músicas de abertura e encerramento (Shell e Half Pain) são excelentes, com letras que expressam muito bem o que ocorre ao longo dos episódios. Os temas instrumentais utilizados como música de fundo, repletos de efeitos eletrônicos, são muito bons, e se adaptam com perfeição ao clima de pesadelo e estranheza da série.
Os personagens são interessantes e passam longe das representações caricatas, tão comuns na maioria dos animes. Seus dramas são convincentes, e a maneira como se comportam e reagem frente aos desafios são bem realistas. Sena Robin é uma protagonista cativante e de personalidade forte, assim como os demais membros da STN-J. Merecem destaque Amon, o mais forte dos Hunters e que não sorri de jeito nenhum, e Michael, "hacker" capaz de burlar qualquer sistema eletrônico de segurança.
É na história e no ritmo que Witch Hunter Robin perde um pouco do encanto. A trama é muito boa, mas custa a engrenar. Grande parte da série é extremamente episódica, com os Hunters pesquisando crimes e caçando bruxos, e segue a velha e batida fórmula do "monstro do dia". Mas, justiça seja feita, quando a história engrena de vez, não dá para desgrudar da tela! ^_^ O episódio 15, em especial, é um divisor de águas... a partir daí, o bicho pega para valer. As cenas de combate entre os Hunters e os Witches são de cair o queixo!
Mesmo com alguns problemas comuns a tantos animes (soluções simplistas, conclusões óbvias, final meia-boca), Witch Hunter Robin é uma série muito acima da média, recomendada para quem gosta de uma boa história recheada de ação e magia.
Marcelo Reis
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