Ano: 2006
Diretor: Shuhei Morita
Estúdio: Sunrise
País: Japão
Episódios: 07
Duração: 6 x 25 min e 1 x 48 min
Gênero: Aventura / Romance / Sci-Fi
Série de OVAs produzida pela Sunrise e contando com a colaboração de Katsuhiro Otomo e Shuhei Morita, "Freedom" é o tipo de obra que, pelo menos no papel, tinha tudo para ser um anime memorável. Afinal, Shuhei Morita foi o responsável por "Kakurenbo", utilizando uma técnica de "cell-shading" que deu uma qualidade técnica notável a uma animação totalmente caseira. Katsuhiro Otomo dispensa comentários: basta assistir a "Akira" para ver do que ele é capaz, especialmente no tocante a projetos mecânicos detalhados e animação impecável. Juntar dois estilos tão distintos e ainda contar com a produção da Sunrise, notória por simplesmente arrebentar em animes baseados em mechas, espaço sideral e afins... realmente difícil segurar o entusiasmo!
Uma base lunar foi construída com o intuito de ser um ponto de partida para a futura colonização de Marte. Mas a queda de uma estação espacial na Terra levou à deterioração irreversível do meio-ambiente, e a guerra por recursos acabou ocasionando o fim da civilização: a Terra virou um planeta morto. A base lunar se transformou em colônia, de modo a garantir a sobrevivência da humanidade, e recebeu o nome de Projeto Éden.
100 anos depois, os humanos vivem dentro de seis imensos domos na Lua, numa utopia altamente controlada, de modo a manter os humanos sempre supervisionados, levando suas vidinhas calmas e estáveis de sempre. As pessoas devem se recolher aos seus dormitórios em horários pré-determinados, todos usam pulseiras eletrônicas que servem ao mesmo tempo como intercomunicadores e rastreadores, e câmeras de vigilância controlam cada cantinho da colônia.
É neste ambiente que vive Takeru, jovem de personalidade forte que, para fugir do tédio reinante em Éden, participa de corridas clandestinas de motos semelhantes a "hovercrafts". Acompanhado pelos amigos Kazuma e Bismarck, responsáveis também por darem os ajustes necessários à sua moto antes das corridas, Takeru usa sempre uma jaqueta branca de astronauta com o emblema do Projeto Apolo, sem imaginar que este projeto havia sido responsável por levar os pioneiros à superfície lunar, praticamente 300 anos antes.
Prestes a tornarem-se cidadãos plenos, os jovens precisam escolher uma carreira para toda a vida. E a cada pequeno delito cometido, como as tais corridas de moto, devem realizar "trabalhos voluntários" pelo bem da colônia, geralmente envolvendo a manutenção externa dos domos. E é numa destas missões externas que Takeru recebe uma mensagem inesperada, gerando milhares de indagações na mente do jovem sobre a verdade por trás das origens de Éden e da destruição da Terra.
"Freedom", como era de se esperar, usa a mesma técnica de "Kakurenbo" mas, desta vez, aliada ao excelente desenho de personagens e projetos mecânicos ultradetalhados de Katsuhiro Otomo. Muita coisa em "Freedom" lembra demais alguns aspectos de "Akira", como as corridas de motos entre gangues rivais, os cenários futuristas das cidades, os ambientes subterrâneos, e até mesmo algumas partes da trilha sonora, com percussões similares à utilizada por Geinoh Yamashirogumi na animação de 1988. Os efeitos sonoros são impressionantes, bem mixados e dão muita força ao que se passa em cena, em especial nas cenas de ação. Mesmo não tendo um orçamento tão alto quanto o de um longa-metragem, "Freedom" faz bonito nos aspectos técnicos.
Infelizmente, "Freedom" nao alcança a mesma excelência em termos de conteúdo. O início é promissor, a amizade entre o rebelde Takeru, o ponderado Kazuma e o medroso mas inteligente Bismarck é sincera e convincente, e dá para compreender perfeitamente a necessidade dos jovens de fugirem do tédio e do marasmo, e correrem atrás de seus sonhos. Mas o que começa com um pé na realidade logo se torna uma história totalmente implausível e manipuladora, com um excesso de altruísmo e melodrama, um roteiro repleto de inconsistências e diálogos expositivos, além de um péssimo equilíbrio entre dramalhão, comédia pastelão e ação exagerada.
Exagero? Bom, o que dizer de um jovem que resolve viajar da Lua para a Terra porque se apaixonou por uma garota que viu em uma foto? Ou de uma sociedade super controladora, capaz de monitorar toda a superfície da Terra a milhares de quilômetros de distância, mas que não sabe da existência de gigantescos foguetes escondidos dentro da "Freedom", uma corporação particular que seria a encarregada da colonização de Marte? Ou dos heróis que caem nas "ciladas" mais toscas da história, incapazes de enganar até mesmo um moleque babão? Ou a possibilidade de um rebelde e ex-detento se tornar, em menos de 3 anos, um membro da mais alta hierarquia e merecedor de confiança irrestrita dentro de uma sociedade dita "científica" e "inteligente"? Ou frases como: "Estamos levando a amizade, o amor e o espírito!" e "Todos que escaparam do tédio, morreram"?
Ainda daria para me alongar bastante nisto, mas prefiro ir logo ao que, disparado, é o fator mais irritante em "Freedom": A GRITARIA!!! Imaginem pessoas que GRITAM E GRITAM E GRITAM SEM PARAR por qualquer coisa! Se estão fugindo, GRITAM PRA FUGIR MAIS RÁPIDO! Se estão animados, GRITAM PARA DEMONSTRAR ANIMAÇÃO! Se estão apaixonados, GRITAM PARA DEMONSTRAR O SEU AMOR! Se estas palavras em maiúsculas te incomodaram, imagine o que é ouvir esta gritaria durante quase 4h de série? Isto, sim, dá vontade de pular pela janela, gritando SOCORRO!!!!!
Diretor: Shuhei Morita
Estúdio: Sunrise
País: Japão
Episódios: 07
Duração: 6 x 25 min e 1 x 48 min
Gênero: Aventura / Romance / Sci-Fi
Série de OVAs produzida pela Sunrise e contando com a colaboração de Katsuhiro Otomo e Shuhei Morita, "Freedom" é o tipo de obra que, pelo menos no papel, tinha tudo para ser um anime memorável. Afinal, Shuhei Morita foi o responsável por "Kakurenbo", utilizando uma técnica de "cell-shading" que deu uma qualidade técnica notável a uma animação totalmente caseira. Katsuhiro Otomo dispensa comentários: basta assistir a "Akira" para ver do que ele é capaz, especialmente no tocante a projetos mecânicos detalhados e animação impecável. Juntar dois estilos tão distintos e ainda contar com a produção da Sunrise, notória por simplesmente arrebentar em animes baseados em mechas, espaço sideral e afins... realmente difícil segurar o entusiasmo!
Uma base lunar foi construída com o intuito de ser um ponto de partida para a futura colonização de Marte. Mas a queda de uma estação espacial na Terra levou à deterioração irreversível do meio-ambiente, e a guerra por recursos acabou ocasionando o fim da civilização: a Terra virou um planeta morto. A base lunar se transformou em colônia, de modo a garantir a sobrevivência da humanidade, e recebeu o nome de Projeto Éden.
100 anos depois, os humanos vivem dentro de seis imensos domos na Lua, numa utopia altamente controlada, de modo a manter os humanos sempre supervisionados, levando suas vidinhas calmas e estáveis de sempre. As pessoas devem se recolher aos seus dormitórios em horários pré-determinados, todos usam pulseiras eletrônicas que servem ao mesmo tempo como intercomunicadores e rastreadores, e câmeras de vigilância controlam cada cantinho da colônia.
É neste ambiente que vive Takeru, jovem de personalidade forte que, para fugir do tédio reinante em Éden, participa de corridas clandestinas de motos semelhantes a "hovercrafts". Acompanhado pelos amigos Kazuma e Bismarck, responsáveis também por darem os ajustes necessários à sua moto antes das corridas, Takeru usa sempre uma jaqueta branca de astronauta com o emblema do Projeto Apolo, sem imaginar que este projeto havia sido responsável por levar os pioneiros à superfície lunar, praticamente 300 anos antes.
Prestes a tornarem-se cidadãos plenos, os jovens precisam escolher uma carreira para toda a vida. E a cada pequeno delito cometido, como as tais corridas de moto, devem realizar "trabalhos voluntários" pelo bem da colônia, geralmente envolvendo a manutenção externa dos domos. E é numa destas missões externas que Takeru recebe uma mensagem inesperada, gerando milhares de indagações na mente do jovem sobre a verdade por trás das origens de Éden e da destruição da Terra.
"Freedom", como era de se esperar, usa a mesma técnica de "Kakurenbo" mas, desta vez, aliada ao excelente desenho de personagens e projetos mecânicos ultradetalhados de Katsuhiro Otomo. Muita coisa em "Freedom" lembra demais alguns aspectos de "Akira", como as corridas de motos entre gangues rivais, os cenários futuristas das cidades, os ambientes subterrâneos, e até mesmo algumas partes da trilha sonora, com percussões similares à utilizada por Geinoh Yamashirogumi na animação de 1988. Os efeitos sonoros são impressionantes, bem mixados e dão muita força ao que se passa em cena, em especial nas cenas de ação. Mesmo não tendo um orçamento tão alto quanto o de um longa-metragem, "Freedom" faz bonito nos aspectos técnicos.
Infelizmente, "Freedom" nao alcança a mesma excelência em termos de conteúdo. O início é promissor, a amizade entre o rebelde Takeru, o ponderado Kazuma e o medroso mas inteligente Bismarck é sincera e convincente, e dá para compreender perfeitamente a necessidade dos jovens de fugirem do tédio e do marasmo, e correrem atrás de seus sonhos. Mas o que começa com um pé na realidade logo se torna uma história totalmente implausível e manipuladora, com um excesso de altruísmo e melodrama, um roteiro repleto de inconsistências e diálogos expositivos, além de um péssimo equilíbrio entre dramalhão, comédia pastelão e ação exagerada.
Exagero? Bom, o que dizer de um jovem que resolve viajar da Lua para a Terra porque se apaixonou por uma garota que viu em uma foto? Ou de uma sociedade super controladora, capaz de monitorar toda a superfície da Terra a milhares de quilômetros de distância, mas que não sabe da existência de gigantescos foguetes escondidos dentro da "Freedom", uma corporação particular que seria a encarregada da colonização de Marte? Ou dos heróis que caem nas "ciladas" mais toscas da história, incapazes de enganar até mesmo um moleque babão? Ou a possibilidade de um rebelde e ex-detento se tornar, em menos de 3 anos, um membro da mais alta hierarquia e merecedor de confiança irrestrita dentro de uma sociedade dita "científica" e "inteligente"? Ou frases como: "Estamos levando a amizade, o amor e o espírito!" e "Todos que escaparam do tédio, morreram"?
Ainda daria para me alongar bastante nisto, mas prefiro ir logo ao que, disparado, é o fator mais irritante em "Freedom": A GRITARIA!!! Imaginem pessoas que GRITAM E GRITAM E GRITAM SEM PARAR por qualquer coisa! Se estão fugindo, GRITAM PRA FUGIR MAIS RÁPIDO! Se estão animados, GRITAM PARA DEMONSTRAR ANIMAÇÃO! Se estão apaixonados, GRITAM PARA DEMONSTRAR O SEU AMOR! Se estas palavras em maiúsculas te incomodaram, imagine o que é ouvir esta gritaria durante quase 4h de série? Isto, sim, dá vontade de pular pela janela, gritando SOCORRO!!!!!
Não digo que "Freedom" seja uma porcaria como "Sin, the Movie" ou "Nazca", longe disto. A história tem momentos interessantes e até emocionantes que, infelizmente, são estragados pelos defeitos citados acima. Vale a pena assistir a esta série pelo menos pelo visual, que é realmente impressionante, mas tendo em mente que o resultado final em termos mais abrangentes decepciona bastante. Ah, claro: usem protetores de ouvido quando forem assistir, para evitar surdez precoce com toda a gritaria.
Marcelo Reis
Suas resenhas são simplesmente ESPETACULARES!!!
ResponderExcluirEu passei a baixar meus animes usando as resenhas do AnimeHaus como referência! É uma pena que ao site tenha acabado(ou não,isto só o tempo dirá...). Gostaria de ver aqui no seu blog, as resenhas dos animes Daphne in The Brillant Blue(TV),Maison Ikkoku(TV) (OVA) (MOVIE) e Kimagure Orange Road(TV)(OVA)(MOVIE). Boa sorte co este novo projeto e até a próxima!!
Beleza, Dyel?
ExcluirOpa, rapaz, valeu demais pelos elogios! Fico até lisonjeado, hehehe.
O Animehaus como era antes realmente acabou de vez. Aqui no Glodosbora estarão minhas antigas e novas resenhas, e alguns membros da equipe AH devem lançar em breve um novo site com as demais resenhas que estavam no acervo.
Já anotei as sugestões de resenhas, mas realmente não prometo nada, especialmente nos casos de Maison Ikkoku e Kimagure Orange Road, já que são séries bem longas (ainda que excelentes). Como o tempo livre anda cada vez mais escasso, já viu, né? ^_~
Um abraço!
kkkkk...
ResponderExcluirTenho esse anime mas ainda não o assisti.
Vou assistí-lo e retorno aqui para ler a resenha novamente.
Abraço
Pois é, Bernardo, eu queria muito ter gostado deste anime, pois sou fã do Katsuhiro Otomo e, também, do trabalho de Shuhei Morita em "Kakurenbo". Mas, exceto pela excelência técnica, "Freedom" é um trabalho bem decepcionante no geral.
ExcluirDepois compartilhe aqui no blog a sua opinião sobre a série, oK? ^_~
Um abraço!
Marcelo boa tarde!!!
ResponderExcluirA série ficou abaixo daquilo que eu esperava, considerando os diretores.
Os ataques "histéricos" dos protagonistas incomoda sobremaneira.
Mas vale a pena assistir, não é mesmo? como você bem disse, "o visual
é impressionante".
Abraço.
Bernardo
Beleza, Bernardo?
ResponderExcluirSim, o visual arrebenta, mas a gritaria, afff!! ^___^
Boa Tarde Marcelo, td bem?
ResponderExcluirQdo existia o Animehaus eu sempre acompanhava as resenhas dos Animes...triste pq acabou, mas espero q vc mantenha aqui no Blog...Abçs e td de bom !!!
Olá, Jofreee. Tudo bem?
ExcluirPois é, infelizmente o Animehaus como era não volta mais, mas pelo menos as minhas resenhas estarão aqui no blog. Vamos ver se consigo voltar a publicar mais textos, ando lerdo demais neste aspecto, hehehe.
Um abraço!
Este comentário foi removido pelo autor.
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