sexta-feira, março 01, 2013

Video Girl Ai (OVA)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 16/03/2004.

Alternativos: Den'ei Shoujo
Ano: 1992
Diretor: Hiroshi Watanabe / Mizuho Nishikubo
Estúdio: Production I.G.
País: Japão
Episódios: 6
Duração: 29 min
Gênero: Comédia / Drama / Romance


Com freqüência somos apresentados a animes nos quais um garoto não consegue se relacionar com as mulheres, mas acaba recebendo aquela ajuda do destino para mudar a situação: deusas podem aparecer em sua vida (Ah! My Goddess), drogas podem transformá-lo em um irresístível "Mega-Playboy" (DNA2), ou este pobre coitado pode, simplesmente, se tornar responsável por uma pensão repleta de mulheres (Love Hina). Como a Providência é bondosa no mundo dos animes! ^_^

As coisas não são muito diferentes em Video Girl Ai. Yota Moteuchi é o personagem principal, famoso entre os amigos pela assombrosa inabilidade em lidar com as mulheres! Ele é apaixonado pela colega Moemi Hayakawa, a qual, infelizmente, enxerga Yota apenas como um grande amigo. Por não perceber os reais sentimentos de Yota, Moemi acaba partindo o coração do pobre rapaz, ao confessar a ele que está apaixonada por Takashi Niimai, melhor amigo de Yota.

Arrasado, Yota vai curtindo uma tremenda fossa, quando enxerga uma locadora muito estranha chamada Gokuraku, a qual não existia anteriormente naquele lugar. De acordo com o proprietário da mesma, a Gokuraku era uma loja especial, que aparecia apenas para as pessoas com o coração partido. Ele entrega uma fita especial a um espantado Yota, que corre para casa, curioso para saber o que havia naquele vídeo.

E que surpresa o aguardava! A fita especial mostrava uma garota chamada Ai Amano, de 16 anos, dizendo que estava ali "apenas por causa dele". Yota quase tem um ataque cardíaco quando a belíssima e taradona Ai sai do aparelho de TV e se materializa em seu quarto! Ai explica a Yota, entre abraços e carícias (hmmmm...), que tem a missão de transformá-lo em um garanhão, no prazo de um mês, exatamente o tempo de duração da fita. Se o vídeo for desligado antes deste prazo, ela desaparecerá, e o mesmo ocorrerá, logicamente, quando a fita chegar ao final.


Baseado no mangá de Masakazu Katsura, autor de DNA2 e I´s, Video Girl Ai é uma produção da IG Tatsunoko e Shueisha realizada em 1992, e possui um total de 6 OVA´s. Chama a atenção, logo de cara, a qualidade impecável da animação, assim como o belíssimo desenho de personagens criado por Takayuki Goto, que reproduz bem o maravilhoso traço original do mangá de Katsura. Claro que, em se tratando de Masakazu Katsura, não poderiam faltar os abundantes "fan-services", com uma fartura de seios, calcinhas e belíssimos corpos, sem, contudo, apelar para a baixaria. Bom gosto, aliás, é algo que permeia toda a série, desde os cenários até as roupas, passando pelos próprios personagens.

Video Girl Ai merece ser analisado por dois aspectos distintos. O lado cômico deste anime é excepcional, com seqüências de matar de rir, especialmente quando o VCR estragado de Yota cisma em dar problemas, alterando completamente o físico e o humor de Ai! Os conflitos entre a personalidade meio lerda de Yota com a piradíssima mente de Ai oferecem momentos memoráveis para o espectador. A interação entre ambos, por sinal, é o ponto alto da série. E os "omakes", que aparecem ao final de cada OVA, também merecem destaque especial. Engraçadíssimos, tem como único defeito a curta duração: fica sempre aquele gostinho de "quero mais".

O lado romântico da série, infelizmente, não se compara ao lado cômico. Algumas partes mais emotivas são sensacionais e dão aquele nó na garganta, especialmente quando Yota sofre com a dor da rejeição. O grande problema é que, na maior parte do tempo, principalmente na segunda metade da série, Video Girl Ai retrata o amor e o romance de forma extremamente estereotipada: a mulher gentil que fica na cozinha o tempo todo, apenas para agradar ao homem; os encontros forçados e as coincidências, bem no estilão "novela das oito"; as reações exageradas dos personagens, as quais não condizem de forma alguma com os fatos que se desenvolvem na tela. Além disto, a série se concentra na luta de Yota para conquistar o coração de Moemi, e é difícil se empolgar com tudo isto, já que ambos definitivamente não combinam como casal romântico.

Mas estes problemas são pequenos, minúsculos até, se comparados ao principal ponto negativo da série: o seu horrível final! Assim como aconteceu na versão animada de DNA2, o final de Video Girl Ai é uma das coisas mais constrangedoras já criadas, um exagerado show de pieguice que estraga tudo o que aconteceu de positivo nos outros OVA´s.



Dizer que Video Girl Ai é ruim apenas em função de seu péssimo final seria uma tremenda injustiça. Apesar de não ser tão bom como Ah! My Goddess, Video Girl Ai possui muitas qualidades e merece ser conferido. Mas não espere nenhuma obra-prima. É super-romântico, muito engraçado, mas pára por aí.


Marcelo Reis


 

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