sexta-feira, março 01, 2013

Trigun (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 07/04/2003.

Ano: 1998
Diretor: Satoshi Nishimura
Estúdio: Madhouse
País: Japão
Episódios: 26
Duração: 30 min
Gênero: Aventura / Comédia / Drama


A simples menção do nome "Vash the Stampede", também conhecido como "Tufão Humanóide", é capaz de causar calafrios até mesmo no mais valentão dos homens. Diz a lenda que um simples tiro disparado por Vash foi capaz de varrer do mapa a cidade de July. Não é à toa que a recompensa pela captura de Vash, vivo ou morto, atinge o impressionante valor de $60.000.000.000!

Ninguém sabe como é a aparência de Vash. Uns dizem que ele é um gigante Mohawk de 12 metros de altura, enquanto outros afirmam que ele tem a aparência do próprio demônio. Tendo em mãos apenas vagas e confusas informações, as agentes Meryl Stryfe e Milly Thompson, funcionárias da Sociedade de Seguro Bernadelli, saem à caça de Vash, tentando evitar que ele cause mais prejuízos em outras cidades e, indiretamente, a falência da própria seguradora. ^^"

Ficam no ar as perguntas: Será que Vash realmente existe? Em caso positivo, será que ele é assim tão perigoso? E, se for, como explicar que um cara louro vestido com uma capa vermelha transadíssima, de comportamento imbecil e com uma cabeça de vassoura possa ser o temível Vash the Stampede?! Para saber estas e outras coisas, você TEM que assistir a esta incrível série! ^__^

Baseado no mangá de Yasuhiro Nightow, Trigun é uma produção da Victor Company of Japan, levada ao ar em 1998 e que, desde a sua estréia, se tornou uma das preferidas do grande público. A série já começa arrebentando, com uma animação estilosa e instigante (dá-lhe, Madhouse!!), ao som da detonante música "H.T.". O visual e o som são apenas dois pontos positivos em meio a uma série quase perfeita. Certas tomadas de câmera são impressionantes, do ponto de vista cinematográfico, com alguns recursos utilizados por Sam Peckinpah em seus filmes, como o uso de câmera lenta para realçar a dramaticidade de cenas mais tensas. O desenho mecânico de algumas estruturas e veículos são louquíssimos, misturando tecnologia de última geração com a tradição do Velho Oeste americano. Na parte sonora, a trilha composta por Tsuneo Imahori, repleta de guitarras e gaitas, se adapta à história com perfeição.


A estrutura de Trigun lembra muito Cowboy Bebop: cada história se fecha no mesmo episódio, mas existe um tema central, que vai se desenvolvendo lentamente. O início de Trigun é bem exagerado, apesar de engraçadíssimo, e passa a impressão de que a série inteira é apenas uma típica comédia pastelão, repleta de piadas e caretas muito divertidas. A história vai engrenando mais e mais, com o passar dos episódios, e a carga dramática fica cada vez mais evidente, apesar do humor continuar presente durante toda a série. A mistura de comédia, ação e drama, aliada a situações de puro "nonsense", é perfeita em Trigun.

Grande parte da força de Trigun vem do incrível carisma de seus personagens. Meryl Stryfe é totalmente devotada ao seu trabalho e à sua missão de capturar Vash, sem se tornar caricata ou pentelha. Milly Thompson é um verdadeiro trator, come sem parar, carrega uma arma que parece um canhão e é bem retardada. Apesar disto, é extremamente lógica e tem um coração imenso. Em relação aos coadjuvantes, não podemos deixar de falar de Nicholas D. Wolfwood, o pastor que carrega uma enorme cruz nas costas, cuida de órfãos mas não se furta a tomar umas bebidas, fumar um cigarrinho ou dar uns tiros certeiros quando necessário! ^_^ Os membros da Gung-Ho Gun, grupo que persegue Vash por outras razões, também são incríveis, com destaque para o incrível Legato Bluesummers, líder dos Gung-Ho e talvez o melhor vilão da história dos animes.

E Vash? ^__^

Vash é, ao mesmo tempo, a melhor e a pior razão para se assistir a Trigun. Carismático, muito engraçado, boa gente, sempre com fome, fanático por "donuts" e chegado numa cerveja, Vash é daqueles personagens que cativam o espectador logo de cara. Grande parte de seu carisma se deve ao excepcional trabalho do seiyuu Masaya Onosuka, com um equilíbrio notável entre insanidade e sensibilidade. Quanto a Vash, apesar de ser o "poderosão", ele não gosta de violência, se recusa a machucar os outros e leva a vida numa filosofia semelhante à de Kenshin Himura. Se Kenshin vira o próprio "demo" de olhos amarelos, quando as coisas desandam, Vash não fica atrás... é só colocar os óculos na cara que ele vira o cão chupando manga! ^__^

O problema com Vash é justamente seu altruísmo exagerado. Em alguns momentos ele age com tanta bondade que chega a ser idiota. O desenrolar da história até que explica, com coerência, as razões pelas quais ele age desta maneira, mas qualquer tipo de exagero neste tipo de situação é irritante. Assim como vilões extremamente maus são um saco, heróis muito bonzinhos e cheios de frases de efeito cansam bastante. Ainda assim, Vash é demais! ^_^




Com algumas mensagens ecológicas e referências bíblicas (7 cidades da Ásia, etc.), Trigun possui uma história com uma profundidade surpreendente. Mesmo sem o equilíbrio perfeito presente em obras como Cowboy Bebop e Seikai no Senki, Trigun é uma das melhores séries já criadas para TV. Não deixem de ver!!

PS: Prestem bastante atenção em cada episódio, pois o gato preto da apresentação aparece em todos eles! ^_^


Marcelo Reis


 

2 comentários:

  1. Simplesmente maravilhoso. Estou acompanhando e adorando.

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  2. Trigun é show demais! Estou precisando assistir de novo, pra ser sincero. :D

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