sexta-feira, março 01, 2013

Narue no Sekai (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 30/11/2003.

Alternativos: The World of Narue
Ano: 2003
Diretor: Toyoo Ashida
Estúdio: BeSTACK
País: Japão
Episódios: 12
Duração: 30 min
Gênero: Comédia / Romance / Sci-Fi


A popularidade cada vez maior dos animes em todo o mundo gerou uma multidão de fãs, ávidos por novidades provenientes do Japão. Este imenso e faminto mercado consumidor fez com que a criação de novos animes adquirisse um caráter quase industrial no Japão. Se alguns estúdios, como o Gonzo, ainda tentam manter um caráter autoral em suas obras, a grande maioria está mais preocupada em produzir continuamente, investindo em títulos pouco ousados e seguindo fórmulas consagradas, porém batidas.

Narue no Sekai se encaixa perfeitamente neste perfil de "anime formulaico e sem alma". A abertura, criada pelo Gonzo Digimation, possui uma qualidade impressionante, e passa a impressão de que a série, talvez, tenha um desenvolvimento um pouco acima da média. Infelizmente, isto não ocorre.

A história gira em torno de Nanase Narue, uma adolescente bonitinha e com poucos amigos. Tanto Narue quanto seu pai trabalham para o Departamento de Inspeção da Federação Galática, e são encarregados de combater alienígenas malvados que tentam invadir a Terra. Ah, vale lembrar que ambos também são alienígenas! ^^"

As coisas começam a mudar quando Narue conhece Iizuke Kazuto, um garoto estudioso e meio bobão, mas que possui um grande coração (afff...). Surge uma empatia e uma confiança imediata entre ambos, e a amizade que aí começa talvez possa evoluir para algo mais profundo. Mas seria uma relação amorosa entre um humano e uma alienígena bem recebida pelas pessoas e pela Federação Galática?


Narue no Sekai poderia ter sido um anime interessante se tivesse sido realizado com um pouco mais de carinho e competência. Se não existe nada realmente péssimo na série, o mesmo vale para as coisas positivas. Os personagens são simpáticos, porém estereotipados (o bobão que não reage, a mocinha espertinha, as colegas fúteis e invejosas, a geniazinha investigadora, o amigo que sabe tudo sobre garotas, e por aí vai...), o traço dos mesmos é pouco marcante, e a arte de fundo é muito chapada, sem profundidade alguma. Ainda na parte visual, é preciso dizer que a animação é extremamente "meia-boca", com uma quantidade enorme de imagens paradas.

Se o problema fosse apenas na parte visual, daria para perdoar. Afinal, muitas séries possuem uma animação de baixa qualidade (como "Haameln no Violin Hiki"), mas a história é tão envolvente que o espectador se esquece destes problemas. O fator complicador em Narue no Sekai diz respeito, principalmente, ao péssimo ritmo, ao enredo oco e à falta de carisma dos personagens principais. Kazuto é simpático, mas tenta imitar, de maneira constrangedora, os maneirismos e caretas de Urashima Keitaro (Love Hina). Narue, por outro lado, se não chega a ser sem graça como Kazuto, falha ao tentar cativar o espectador: é simpática, é esperta, mas não convence. Para finalizar, a interação entre os dois não possui nem metade do "tchan" existente em relacionamentos como os de Souichiro Arima e Miyazawa Yukino (Kare Kano) ou Kyoichi Kanzaki e Nitta Chiharu (Boys Be).



Falar sobre uma série sem sal como Narue no Sekai é muito difícil. Quando um anime é excelente ou péssimo, fica mais fácil elogiar ou detonar sem dó, mas quando ele é insosso, a coisa complica: como detonar algo que não é realmente ruim, ou elogiar algo que definitivamente não é bom? Só posso dizer que, em meio a tantos animes existentes por aí, tenho certeza que você encontrará algo BEM MELHOR que Narue no Sekai.


Marcelo Reis


 

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